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Respirar pela boca pode trazer uma série de problemas de saúde, pois o hábito aumenta a chance de infecções da laringe, traquéia e pulmões. Porém, além desses males, os dentes também podem sofrer consequências, assim como o desenvolvimento dos ossos da face. Existe uma posição correta para que língua e bochecha fiquem, de forma que não exerçam nenhum tipo de força errada sobre os dentes. Ao respirar pela boca, esse equilíbrio é quebrado.
A respiração bucal possui sinais e sintomas bastante característicos que facilitam a percepção dos pais, como lábios entreabertos e ressecados com gengivas inflamadas, ronco, sono agitado e pesadelos, entre outros. A criança poderá babar durante o sono, tem olheiras e aspecto cansado, podendo ficar hiperativa ou sonolenta durante o dia. Respiração barulhenta, comer rápido, mastigar pouco e beber líquidos para auxiliar na hora de engolir também são sinais.
A respiração bucal pode ser causada principalmente por problemas respiratórios como rinite alérgica e hipertrofia das adenóides. As crises respiratórias muitas vezes se acentuam no inverno devido à variação de temperatura. Crianças com processo alérgico devem evitar ambientes que favoreçam proliferação de ácaros e fungos, além de poeira.
Uma vez adquirido o hábito ou a necessidade de se respirar pela boca, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes, do contrário, poderá haver estreitamento do maxilar, aumento do crescimento da face, sono irregular, impossibilidade de fechar a boca espontaneamente, infecções respiratórias frequentes, aumento do risco e propensão a doenças de gengiva e cáries, alteração de postura, irritabilidade e outros. O tratamento deverá ser multidisciplinar envolvendo muitas vezes médico, dentista e fonoaudiólogo.

Cláudia Aparecida de Oliveira Machado
Especialista em Disfunção Têmporomadibular e Dor Orofacial
Odontopediatria / Ortopedia Funcional dos Maxilares/Odontologia do Sono

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