A mordida cruzada é uma alteração na posição das arcadas superior e inferior( maxila e mandíbula) que faz com que, quando se fecha a boca, os dentes de cima se posicionem por dentro em relação aos dentes de baixo, ou seja, é uma alteração onde ocorre inversão da relação de oclusão entre os dentes superiores e inferiores, provocando o encaixe inadequado dos arcos.

O problema deve ser corrigido tão logo seja detectado, sendo ideal o tratamento nos primeiros anos de vida da criança. Segundo a odontopediatra da RC Odontologia Especializada, dra. Cláudia Machado, é importante que os pais estejam atentos a essa condição, pois, quanto antes ela for tratada, maiores os benefícios para as crianças. “Se possível, a correção deve ser feita ainda na dentição decídua. Quanto mais precoce for a intervenção mais natural será a correção e menores serão os efeitos colaterais indesejáveis. Caso o problema permaneça, poderá interferir nos processos normais de crescimento e desenvolvimento facial, provocando assimetrias e deformidades faciais. Além disso, alterações musculares como de postura de língua e/ou vedamento labial que prejudicam a fala, deglutição, respiração, alterações nas articulações e até alteração de postura de cabeça poderão também ocorrer”, explica.

A correção ainda em dentição decídua tem o objetivo de equilibrar fisicamente a relação oclusal e facilitar a normalização dos movimentos mandibulares.” O protocolo terapêutico é individual, podendo ser utilizado recursos como ajustes oclusais, acréscimo de resina nos dentes de leite ( pistas diretas ) e/ou aparelhos ortopédicos funcionais. “ Os Aparelhos Ortopédicos Funcionais são aparelhos removíveis feitos com fios de aço e acrílico que se encaixam nas arcadas superior e inferior e atuam nos ossos, músculos, dentes e estruturas da face de maneira funcional e fisiológica. Exercem forças leves e passivas, sem causar dor, e através de estímulos neuromusculares reestabelecem a correta função orofacial com a remodelação das estruturas ósseas”, diz a odontopediatra.