Compartilhando um pouco mais dos temas assistidos no Congresso Mundial da Dor 2018 no qual estive presente em Boston, a palestra intitulada “Memória para Dor” foi muito interessante. A pesquisadora Dra. Melanie Noel explicou a Complexidade da Influência Pai-Filho. Os pais de crianças que sofrem dor geralmente ficam angustiados, e seu sofrimento pode influenciar a experiência e o comportamento de seus filhos. Dra. Melanie apresentou dados sugerindo que pais de crianças com dor muitas vezes têm sua própria história complexa – alguns com dor crônica e outros com sinais de Transtorno de Estresse Pós Traumático-TEPT ( Desordem de ansiedade definida como conjunto de sintomas que se manifesta após a exposição a um evento estressor ou traumático). Dor e TEPT em pais estão associados com o aumento do risco de dor e TEPT em seus filhos. Portanto, ensinar esses pais a “administrar” suas próprias respostas comportamentais à dor de seu filho não é suficiente. Esses pais provavelmente necessitam de apoio não apenas de orientação para lidar com seus filhos como pais, mas também para saber lidar com suas próprias experiências de dor e trauma.
Uma constatação surpreendente nessa sessão foi o modo crescente em que nós, como seres humanos, influenciamos a dor e a psicologia de cada um (e possivelmente epigenética) especialmente das crianças. Isso tem consequências importantes para a nossa sociedade, especialmente aquelas que incluem grupos traumatizados. Os dados de Dra. Melanie sugerem que o trauma e a dor que afetam um indivíduo também podem afetar seus filhos – que podem então ser transmitidos aos filhos de seus filhos.
Dra Cláudia Machado
Especialista em Dor Orofacial e DTM/ Odontopediatria/ Ortopedia Funcional dos Maxilares/ Odontologia do Sono
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