Traumatismos faciais estão cada vez mais prevalentes devido a uma maior participação de crianças nos esportes, aos altos níveis de violência e acidentes de trânsito. Aparentemente podem ocorrer sem reação suficiente da criança para atrair a atenção de um adulto em relação à gravidade do problema.
O protocolo de tratamento após a ocorrência dos traumatismos dos dentes (fraturas, mobilidades, avulsões dentárias) já está bastante difundido e conhecido. Entretanto, isso não ocorre em relação aos traumas da face; em crianças, os traumas da face em geral, e as lesões traumáticas na Articulação Temporomandibular em particular, podem passar despercebidas por várias razões. Uma delas é o fato de que os sintomas são muito menos evidentes em crianças do que em adultos, e a outra é a ausência de dores fortes no momento em que ocorre a lesão.
A freqüente desconsideração do problema deve-se ao fato de que a avaliação da dor é difícil, pois o mecanismo de sua percepção em crianças difere com relação ao adulto. A incapacidade de avaliar adequadamente a dor pode atrasar o diagnóstico e o tratamento, resultando em distúrbios de crescimento e assimetrias faciais e até mesmo alterações articulares degenerativas futuras. Principalmente traumas na região do mento (queixo) quando a incidência de força do impacto será diretamente na região da Articulação Temporomandibular. Especificamente em crianças, de modo geral, os traumas faciais, e particularmente as lesões traumáticas temporomandibulares, são muito susceptíveis de causar deformações faciais, se não forem adequadamente diagnosticadas e tratadas.
Outro fator agravante é que devido aos sintomas pouco evidentes apresentados pelas crianças o diagnóstico primário realizado por um profissional não especializado pode facilmente não detectar o problema e um tratamento funcional e acompanhamento adequado não serão feitos. Então, é fundamental que quando o profissional de saúde, médico ou dentista se deparar com o problema, encaminhe a criança para avaliação do especialista em Disfunção Temporomandibular pois qualquer atraso no diagnóstico e tratamento poderá causar sérias consequências futuras.
Dra. Cláudia Aparecida de Oliveira Machado
Especialista em Odontopediatria/ Ortopedia Funcional dos Maxilares
Dor Orofacial e Disfunção Têmporomandibular/ Odontologia do Sono
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