Campanha da Associação Brasileira do Sono defende a mudança do início das aulas dos adolescentes para às 8h30 da manhã, a partir de 2020

A  Associação Brasileira do Sono – ABS está  promovendo em todo o território nacional, ,  a campanha “8h30 em 2020”,  que defende a mudança do início das aulas dos adolescentes para às 8h30 da manhã, a partir de 2020. O objetivo da campanha é  sensibilizar gestores educacionais, em nível municipal, estadual e federal, para que, em conjunto com entidades educacionais e organizações de professores, planejem ações voltadas a implementar mudanças nos horários escolares.

O sono é essencial à vida e possui suas particularidades, que variam de acordo com cada faixa etária. Na fase da adolescência, em especial, o indivíduo precisa de mais horas de sono (dos 13 aos 17 anos necessitam entre oito e 10 horas diárias de sono) do que na adulta. Entretanto, nessa fase é natural que haja um atraso no horário do início do sono. Por isso, os adolescentes normalmente apresentam dificuldade em dormir e acordar muito cedo.

É sabido, que durante a vigília, recebemos e processamos diversas informações as quais, algumas guardamos no Sistema Nervoso Central (SNC) e outras eliminamos. E o sono está diretamente relacionado a esse processo do que será  armazenado no nosso sistema nervoso central em forma de memória e aquilo que vai ser eliminado. Durante a fase do sono REM, ocorre a consolidação de memórias. Isso é muito importante quando pensamos num processo de aprendizagem. Um adolescente por exemplo se tiver uma boa qualidade de sono, vai consolidar essas informações que aprendeu durante o dia e transformar o conteúdo em memória que será guardada no SNC. As evidências científicas  comprovam os prejuízos causados à saúde e ao bom rendimento escolar do adolescente, quando há privação de sono como mau desempenho escolar, fadiga crônica, imunidade baixa, ansiedade e depressão.

Com base em todas essas considerações, a expectativa da Associação Brasileira do Sono com a campanha, é que haja mudanças nos currículos escolares, e que as escolas adotem horários flexíveis, sem comprometer a carga horária necessária, exigida pelo Ministério da Educação (MEC), nem as necessidades de sono dos adolescentes.

Fonte: Rev. Sono/ ABS/ ed.19/ Julho/Agosto/setembro 2019

Dra. Cláudia Aparecida de Oliveira Machado

Especialista em Odontopediatria/ Ortopedia Funcional dos Maxilares

Dor Orofacial e Disfunção Temporomandibular/Odontologia do Sono

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