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      Neste último sábado dia 01/07 tive a grata satisfação de participar da Jornada de Dor Neuropática na cidade de Ribeirão Preto. O objetivo do evento foi a atualização no diagnóstico e tratamento das Dores Neuropáticas. Estas patologias ainda são um grande desafio multiprofissional envolvendo médicos (neurologistas, fisiatras e outros), dentistas (quando ocorre na região orofacial), psicólogos, fisioterapeutas e outras.

       A Dor Neuropática surge como uma consequência direta de uma lesão ou doença que afete o sistema somatossensorial. Os sintomas mais comuns são dor em choque ou em queimação, formigamento e sensações alteradas. Em comparação com outros tipos de dor, costuma ser mais intensa e estar associada a incapacidade, e uma considerável diminuição na qualidade de vida. As últimas evidências sobre o diagnóstico, os principais mecanismos e tratamento das dores neuropáticas centrais e periféricas, pós operatórias e crônicas foram amplamente discutidas por pesquisadores e profissionais de renomes internacionais, coordenados pelo grande mestre Dr. José Speciali.

      Muitos temas relevantes como: as vantagens da polifarmacoterapia no tratamento das dores crônicas e neuropáticas, devido a grande associação destas dores com outras comorbidades – depressão, ansiedade, distúrbios do sono,  atuando em vias responsáveis por diferentes mecanismos e potencializando a analgesia. O diagnóstico diferencial entre Dor Miofascial e Dor Neuropática, bem como o diagnóstico diferencial e tratamento da   Dor Neuropática Orofacial especialmente a Neuralgia Trigeminal e a Dor Neuropática Pós Traumática. As neuropatias de origens infecciosas como a Hanseníase, Neuralgia pós herpética, Diabética, neuropatias devido ao HIV, devido ao Zica vírus e outras polineuropatias. As últimas evidencias sobre o tratamento tópico e transdérmico em dor neuropática localizada e ainda os benefícios da fisioterapia como tratamento não farmacológico e coadjuvante na analgesia, reabilitação e restabelecimento da função como a imagética motora , eletroterapia, terapias manuais foram apresentados.

        O uso dos opióides e o uso terapêutico dos canabinóides no manejo da dor neuropática foi também tema interessante apresentado. Atualmente a Associação Brasileira de Neurologia indica o uso dos canabonóides quando houver falha terapêutica nos tratamentos já́ consagrados ou quando os mesmos apresentam eficácia insuficiente, ou seja opção para casos de dor refratária. A droga já está liberada e comercializada no Brasil para estas indicações.

     Realmente foi uma oportunidade impar de estudar sobre este tema tão desafiador.

Dra. Cláudia Aparecida de Oliveira Machado

Especialista em Dor Orofacial e Disfunção Temporomandibular/ Odontologia do Sono/ Ortopedia Funcional dos Maxilares/ Odontopediatria

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